quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Do fundo do baú 2

Pra que serve um homem? (escrito em 04/04/2010)

Ontem à noite, assistindo ao Saia Justa, no GNT, fiquei intrigada com o depoimento do escritor Marcelo Rubens Paiva, uma referência da minha adolescência, um cara que, no meu ponto de vista, teria as respostas para os dilemas da vida. Pois bem, ele não tem. E se expõs em cadeia nacional tentando provar às mulheres que os homens são necessários nas suas vidas. As palavras dele, claro, deram muito pano pra manga no decorrer do programa, chegando ao ponto das apresentadoras fazerem uma lista de potenciais “utilidades” masculinas, que não vingaram muito, não.

A discussão caiu como uma luva dentro da minha cabeça. Bate de uma forma meio assustadora até como um tema que tem me intrigado há tempos e que, por situações minhas e de amigas queridas bem próximas, está muito presente agora. Somos independentes (emocional e financeiramente), gostamos das nossas liberdades e das nossas conquistas. Estamos tranquilas, felizes e fortes. Ok, lindo isto. Mas, dentro deste contexto todo, pra que serviriam os homens?

Não sei quanto a você, mas eu fiz minha própria listinha. Um homem, pra mim, serve para coisas bem simples. Afinal, dizem, eles são simples. Pra andar de mãos dadas e saber que você não vai cair. Pra tomar banho junto, conversando sobre a vida. Pra fazer (e receber) cafuné e massagem. Pra me buscar em casa (tri bom). Pra fazer sexo, claro, que ninguém é de ferro. Mas serve pra me descabelar um pouco, me tirar do prumo, me desarmar. E aí começa a parte menos “cor de rosa” da história. Um homem não serve só para coisas boas, coisas fáceis. Ledo engano! Serve para me provocar, pra me ajudar a expor minhas fragilidades, pra me fazer crescer como pessoa. Amigas, família, são todos ótimos. Mas, ao mer ver, só uma relação homem e mulher é capaz de despertar nas pessoas sentimentos e emoções transformadores de verdade. Quem está disposto a pagar o preço?

5 comentários:

  1. bah... eu tinha escrito uma tese, mas deu xabú nos comentários... resumindo então... gente não deveria ser pensada sob a ótica da utilidade... e se a análise é o papel de um determinado gênero numa interação erótico-afetiva... sorry amiga, mas deixaste de lado as criaturas cujas escolhas apontam para seu próprio gênero. Já leste Claria Coria??? Acho uma bela pedida! Beijão. Bom retomar contato depois de tantos séculos. :o)

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  2. Querida, obrigada pelo teu comentário. Vou atrás de Claria Coria. Um beijo grande. Mantenhamos contato.

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  3. Em nome da classe masculina, obrigado! Finalmente, um manifesto humano - porque antes de sermos de gêneros diferentes, somos da mesma espécie. E a diferença tem um sentido, que não pode ser apenas procriar. Imagine uma espécie animal qualquer em que os opostos apenas se toleram...Existe algo mais, que nos atrai, nos complementa, que nos faz crescer...(palavras de um casado há 20 anos, com venturas e desventuras - e estas podem ser até mais mais frequentes que aquelas, mas nunca serão maiores e tão memoráveis).

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  4. Puxa, André. Muito bacana teu comentário. Fico feliz com as tuas palavras. Como diria o "mundo rosa de deinha", "tem jeito sim". Mas ninguém disse que seria fácil :) Um abraço.

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