sexta-feira, 11 de outubro de 2013
Os deuses, os artistas e as crianças em nós.
Ontem à noite eu tive mais uma rodada
reveladora na minha vida. Completamente sem tempo, arranjei tempo e
estou participando de dois grupos de estudo à noite. Num deles,
baseado no livro “The artist way”, tento resgatar minha alma
artista. No outro, o de ontem, junto com algumas corajosas mulheres,
estou estudando a mitologia. Mais especificamente, as deusas e sua
influência nas nossas vidas de simples mortais. E agora, como eu
paro tudo isto? Fiquei muito tempo sem escrever também pela falta de
tempo, mas principalmente pela falta de entendimento de tudo o que
tenho observado por aí. Tem paradigmas ditos consolidados se
dissolvendo, fichas caindo por todos os lados, gente se encontrando e
outros tantos se perdendo de um jeito bem sério. As grandes
instituições, as verdades absolutas, as certezas não são mais
assim, tão certas. E um espaço novo se abre. Como todo novo, dá
frio na barriga, mas traz consigo uma intensa possibilidade de
recomeço. Acompanho, de perto, alguns movimentos de entrega. E vejo
também muita gente grande virar criancinha assustada diante de
tantas possibilidades. Eis que ontem, me aproximando da história de
Afrodite, consegui conectar estes mundos que aparentemente não
deveriam se falar. Há pouco mais de um mês levei num fórum de
executivos a mitologia como forma de contar uma história. Ouvindo a
história de 40 decisores do mundo corporativo, cheguei na alma
pessoal de cada um deles (delas) que, sem cargos ou crachás,
trouxeram em suas falas aquilo que os alimenta como seres humanos que
são. Somos movidos por desafios, por projetos. Mas também pela
beleza, pela estética, pelo cuidado. Mais uma vez, não é "ou". É
“e”. Somos Afrodites (ou Vênus) e Marte (ou Aries) e é a soma
destas possibilidades dançando em nós que nos completa e preenche
um grande vazio existencial. Assim como me descubro em cada
encontro um pouco Artemis (livre, selvagem), sei da importância de
chamar uma Atena (intelectual, focada) ou Deméter (amorosa, mãezona)
em diferentes momentos da minha vida. A consciência de que todas
elas coexistem em mim (em nós) é o que liberta e nos reconecta com
nossas essências. O artista é exatamente isto. Tenho convicção de
que nascemos artistas. E o perdemos pelo caminho. Que temos
histórias, sonhos e jornadas muito próximas e que ao ouvirmos a
história do outro, nos escutamos. Ontem, na nossa roda de mulheres,
mais parecíamos menininhas, crianças atentas com olhos enormes e
brilhantes escutando as nossas próprias histórias refletidas
através dos mitos. Dia destes, recebi um vídeo do filósofo Clovis
de Barros no Jô. Já virou meio spam. Todo mundo fala sobre ele. Me
identifiquei em muitas das falas. No nosso papel no mundo de
permitirmos que as plantas das pessoas desabrochem. E no conceito bem
simples de que felicidade é um momento que não queremos que acabe.
Ontem o tempo voou. Desabrochei mais um tanto. E tenho desabrochado
através das histórias que escuto e vivo. E por meio de muitas e
generosas pessoas que dão mais vida e sentido à minha vida. Como
comentei com as meninas, vivo o momento mais exaustivo de todos os
tempos. E o mais intenso e feliz.
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Adorei! Virei Fã! Parabéns, amiga! que possamos encontrar o tempo de aprofundar este encontro incrível! bjs
ResponderExcluirOi Andrea, fico feliz que esteja indo em busca de auto-conhecimento e seguindo o caminho do coração. Obrigada por compartilhar o vídeo.
ResponderExcluirBjs e ótimo final de semana
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluirEncantada querida, abra para participações on-line nesses grupos por skype, rsrrs. Qro muito aprender mais sobre mitologia, estudei brevemente a Teoria do Imaginário de Gilbert Durand, quero explorar mais ainda, nossa fantástica, proporciona-nos a busca de nós a partir dos mitos. Abração!!
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