domingo, 26 de dezembro de 2010

Amar é...


Eu tive que fazer um bate-e-volta em São Paulo logo antes do Natal. Fui na quarta de noite (por causa da “tal” greve dos aeroviários) e voltei no dia 24, sexta, bem cedinho. Confesso que não estava ainda na batida natalina, mas comecei aos poucos a observar algumas curiosidades ao meu redor. Aliás, eu adoro observar as pessoas e seus rituais. No supermercado, fico cuidando que as pessoas colocam nos seus carrinhos para tentar adivinhar hábitos e gostos. No aeroporto, pode ser igualmente curioso. Pra começar, o perfil das pessoas que viajam neste período é bem diferente. Ao contrário dos executivos que lotam os aeroportos nos dias “comuns”, o que eu encontrei nesta viagem foram famílias inteiras viajando, cheias de expectativas e sonhos. Tinham olhares diferentes e, provavelmente, boa parte delas não tinha como rotina pegar um avião. Tudo bem. Até aí tudo normal. Quando cheguei no aeroporto de Porto Alegre na sexta bem cedinho, ainda meio dormindo, me dei conta do quanto o tal Natal mexe de verdade com as pessoas. E do quanto elas precisam desta “desculpa” para se reencontrarem e celebrarem. Na chegada, praticamente de madrugada (eram 8 horas da manhã) próximas à porta de saída da sala das bagagens, duas menininhas lindinhas e super arrumadas aguardavam ansiosas e sorridentes alguém que estava chegando. Eram uma atração à parte,. Super simpáticas, praticamente invadiram a área “proibida”. Assim como elas, muitas outras pessoas aguardavam emocionadas parentes e amigos que, provavelmente, não viam há tempos. Tinha faixa, flor, gente chorando, tirando foto. Uma loucura. Foi aí que eu “acordei” e me dei conta de que o tal do verdadeiro espírito de reunião do Natal existe, sim. Quando significa matar as saudades, abraçar pessoas queridas, vestir bebês lindos de papai noel (e tirar muitas fotos pras tias bobas) e, ainda que por pouco tempo, reunir a família. Pode ser uma família meio “postiça” (tem um bando de gente conhecida viajando que acabou passando o Natal com uma família emprestada), ou aquela família tradicionalzona mesmo, com vó, tios, cunhados inconvenientes (sempre tem um pra confirmar a regra), irmãos, namorados, enamorados, amigos. Se não temos tempo para falar para as pessoas queridas que as amamos, eis uma bela oportunidade para fazê-lo. E para reaprender a conviver em família, com todas as qualidades e defeitos que vêm no pacote. Afinal, amar é conviver com os defeitos do outro e ainda assim sermos capazes de ver e valorizar o que ele tem de bom.