sábado, 13 de novembro de 2010

Papai Noel existe

Parece que o universo não queria que eu viesse pra Porto Alegre. Eu tinha comprado uma passagem bem baratinha (com milhas e pilas) pra vir ontem, sexta-feira. Isto porque eu queria participar do TEDx Porto Alegre, um evento bem bacana que eu falo logo a seguir. Aí uma reunião importante de quarta ficou para ontem de manhã em SP e eu tive que mudar meus planos. Consegui outro voo para hoje de manhã. Perderia parte do TED, mas chegaria para algumas boas palestras. Eis que nosso querido presidente da República fez a gentileza de interditar o aeroporto de São Paulo. Ele estava chegando de viagem e fez com que todos os aviões ficassem no solo esperando-o descer com sua ilustre comitiva. Quase duas horas depois, cheguei na terrinha, que nem estava tão fria assim. Alarme meteorológico falso. Almocei com pessoas queridas e fui assistir à segunda metade do Ted. Eu não sei explicar assim, tão direitinho, o que é o tal evento, mas é mais ou menos o seguinte: um monte de pessoas bacanas e que aparentemente não combinam (professores, criativos, médicos, pesquisadores, inovadores) são convidados para darem uma palestra em algum lugar do mundo. O Ted (Tecnologia, Entretenimento e Design) surgiu na Califórnia, há 25 anos,e tem o propósito de "sacudir" a plateia com ideias inovadoras, que precisam ser apresentadas em até 18 minutos e, na sequencia, compartilhadas para inspirar outras pessoas. (Ideias que merecem ser espalhadas). Pois bem, o tal Ted chegou aos pampas e a primeira edição aconteceu hoje. Foi organizada de forma independente por pessoas locais. O lugar, Teatro São Pedro, lindo, pomposo e com cheiro de arte. O evento, em contrapartida, estava bem legal mas nem tão pomposo assim. Teve algumas pisadas de bola técnicas bem importantes que, felizmente, não prejudicaram o propósito do encontro. Tá, mas o que foi falado lá? Como é? Pra que que serve? Well, acho que estas perguntas podem dar origem a mais de um post. Começando com este, com um pouco de tudo o que me provocou por lá. Assisti a palestras interessantes, intrigantes. Outras nem tanto. Falavam sobre seres humanos, pessoas, de solidariedade e do efeito da cooperação em uma série de projetos. Todos eles (os que me marcaram de fato) tinham em comum a capacidade de contar histórias. Histórias reais de suas vidas e das vidas impactadas por suas  ideias. Falaram da força das redes sociais e na sua incrível capacidade mobilizadora. Falaram de ciência e arte, de educação, ideologias. Se valeu a mão toda pra vir pra cá e conferir o evento? Sim. Por vários motivos. Não mudei minha vida, mas saí incomodada com alguns temas. (Já valeu). Não consegui acompanhar todo o evento, mas peguei carona e pude degustar o seu propósito. (Matei minha curiosidade). Reencontrei pessoas queridas e uma Porto Alegre ensolarada. (Ponto pro Ted). Anotei muita coisa que vai ficar matutando na minha cabeça e pode até gerar alguma coisa útil mais adiante. (Bingo). Talvez o que mais tenha me tocado foi ter visto assim, ao vivo e a cores, um velhinho simpático de barbas brancas e roupa vermelha. Chegou no palco todo tímido e logo se soltou, contando deliciosos causos de suas andanças pelo Brasil. Eu vi. Ninguém me contou. Papai Noel existe. Mas não espalha.