domingo, 21 de novembro de 2010

High Touch

Tenho tido a oportunidade de conhecer / explorar lugares bem diferentes e bacanas em São Paulo. São lojas-conceito, restaurantes temáticos, espaços lúdicos nas mais diversas áreas. Obviamente, não consumo em cada um deles, até porque a fatura seria alta, mas tenho disposição e curiosidade suficientes para espiar o que acontece nestes recantos por aí afora. Em comum, todos eles têm um toque de high touch. Eu explico. Este conceito eu incorporei de José Carlos Teixeira Moreira, uma figura brilhante que me acolheu na terra da garoa e que tem sempre pontos de vista curiosos sobre as coisas. Ele fala que é preciso mesclar o high tech com o high touch, ou seja, que mesmo com o auge da tecnologia, não podemos esquecer das coisas simples, que são as que verdadeiramente tocam. São os detalhes, os cheiros, as experiências, enfim. Quando saímos de casa para jantar, não estamos buscando somente um prato gostoso para saciar nossa fome. Buscamos contextos, ambientes prazeirosos que nos propiciem experiências únicas. Cada vez mais, as lojas vendem menos produtos. Elas oferecem sensações. Nas livrarias, as pessoas podem passar uma tarde inteira "saboreando" um livro sem gastar um tostão. Nos cafés, da mesma forma. Pode-se pedir um expresso e ficar uma tarde toda lendo revistas ou conectado à internet sem que ninguém venha nos importunar. O curioso é que este tal espaço aconchegante que buscamos "lá fora" tem muito a ver com o casulo que buscamos dentro de nós, em nossas memórias de infância, ao revivermos cenas e sensações que nos marcaram. Dentro de uma onda de "menos é mais", o luxo pelo luxo começa a dar espaço para o que é realmente autêntico e simples. Chegamos no auge do tech. Agora nossa sede é de experiências e sensações.