quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Chuva de adrenalina

Ontem choveu aos cântaros aqui na terra da garoa. Fazia tempo que eu não via tanta água. Ela vinha de todos os lados e criava uma cortina na minha janela que fazia tudo a mais de 10 metros desaparecer por completo. Claro, o trânsito virou um caos, as pessoas não chegaram, se atrasaram, reclamaram. Hoje, choveu de novo. Não tanto quanto ontem, mas o suficiente para alterar os ânimos das pessoas. Na volta para casa, já meio tarde da noite, fui fechada por uns três carros no trânsito e vi um acidente bem feio que tinha acabado de acontecer. Nossa. Os nervos estão mesmo à flor da pele. Tem a ver com a tal histeria natalina, que eu detesto (ah!!! tenho que comprar presentes... ah!!!! preciso lembrar do peru...). Pode ter a ver também com o tal fechamento de ciclos que a conjunção astral do momento está criando. Muita coisa. Ok, Mas deu, né? Danem-se o peru, os astros, os presentinhos. Pra mim, o ano não tem a menor pinta de que está acabando. É meio estranho me dar conta de que o Natal já é na semana que vem e eu estou ainda tão ligada. Eu mais alguns milhões de pessoas. Quando eu estava no colégio, o fim de novembro já anunciava um período de paz. Conseguíamos nos preparar de verdade para o fim do ano. Agora, não dá tempo. Parece que seremos anestesiados a qualquer momento e, quando nos dermos conta, já estaremos em 2011. Pior, hoje quase não usamos cheque. Como lembrar que o ano mudou se não vamos deixar previamente preenchidas das datas das folhas do talão? Eu só sei que eu quero um pouco de paz. E vejo, pelos desabafos on line e off line, que este não é um desejo só meu. Parece que não tem mais como acelerar. Vai ter correria, sim, talvez alguns voos atrasem, as estradas estarão cheias e os estacionamentos dos shoppings, impraticáveis. Então, se esta é a realidade, e sabemos disto, pra que sofrer? Nos desesperando ou não, o ano vai virar, a chuva vai continuar caindo e os astros vão fazer as conexões que forem necessárias. E sequer vão nos consultar. Então, se eu fosse você, fugiria da chuva de adrenalina e experimentaria aventurar-me num banho de chuva de verdade.