sábado, 6 de novembro de 2010

Resgate

Hoje eu fui passear na Vila Madalena, um bairro super charmoso aqui de São Paulo, cheio de lojinhas lindas e de tchucos*. Andar pela Vila sempre é surpreendente e aconchegante, ainda que as ladeiras das ruas forcem uma ginástica bem pesada (os glúteos agradecem). Em duas situações distintas nas andanças por lá, vivi alguns resgates. Primeiro, fui numa lojinha de brinquedos pra crianças comprar vários presentinhos (amigas estão todas parindo muito). Descobri uma loja lúdica, com brinquedos artesanais, bonecas de pano, muita madeira e jogos clássicos de infância, como jogo da velha e resta um. Um paraíso para qualquer ser humano, dos 2 aos 80 anos. Eu, claro, me diverti muito relembrando meu passado e o quanto eu me entretia com pouca coisa. Qualquer pedaço de pano virava uma história. Depois, faminta por causa das ladeiras, fui tomar um café gostoso num espaço mais delicioso ainda, chamado "Lá da Venda." O lugar não tem nada demais e, por isto mesmo, é um charme só. Vende panelas coloridas, panos bordados, bonecas de pano, floreiras e ainda tem um café para sentar e comer bolo "de nada" ("de nada" foi como o garçom explicou que o bolo não tinha nada dentro, de recheio. Só farinha mesmo...). O lugar estava lotado. As pessoas enlouquecidas "fuçavam" nas gavetas dos armários "de vó". Muita madeira, simplicidade e um aconchego da porta de entrada ao quintal nos fundos. Engraçado porque hoje de manhã, quando acordei, eu estava justamente pensando no quanto sempre foi bom dormir e acordar com barulho de chuva. Melhor ainda era acordar com cheirinho de café passado e mesa da mãe posta. Simples assim. Somos todos, afinal, seres simples e fáceis. Em São Paulo, Cachoeira, em Paris ou Tóquio, cheiros, toques e sabores nos tocam, emocionam. Então, pra que complicar tanto?

*tchuco: palavra que, um dia, do nada, eu inventei e pegou. Uso com minha equipe e com conhecidos. Significa, pra mim, coisa fofa, mimosa, lembrancinha, algo surpreendente.