sexta-feira, 3 de junho de 2011

Efeito Cosmopolitan

Não sei se você percebeu, mas eu ando meio sumida do blog. Na verdade, ando meio sumida da minha vidinha, eu diria. É que eu fui pro Butão, mudei de casa, casei (melhor, vou casar, ai, não sei mais) e tenho trabalhado bastante (em projetos muuuuito legais). Por esta e por outras, deixei o blog meio de lado, assim como várias rotinas que eu tinha e não estou conseguindo manter. Pior, não me sinto culpada por isto. O blog, querido companheiro de desabafos, está ali, pronto para "me ouvir" quando eu precisar falar. E tem tido paciência com este meu tempo para digerir as coisas. Coisa boa isto. Sem metas, sem pressa, aceitando o "time" das coisas. Muito bem, Deinha :)
Pois bem, agora me deu vontade de falar. Eu tenho pelo menos uns oito ensaios de textos que comecei a fazer pro blog nos últimos dias. Sobre o Butão, sobre a tal felicidade, sobre as mulheres celtas, sobre um livro bacana que me indicaram. Mas eles vão esperar mais um pouco, no meu limbo de pensamentos. Hoje eu fiquei com vontade de compartilhar uma transgressão da Deinha. Sim!!! A Deinha é humana e fez "arte". Ufa! Foi ontem à noite. Coisa de adolescente "tardia" e, pasmem, uma travessura muito divertida.
Saí com um grupo de amigas que eu gosto demais. Somos quatro no total e passamos há três anos um ano-novo em Angra com  um grupo de amigos. O encontro foi bem simbólico porque todas passávamos por momentos importantes das nossas vidas pessoas. Umas começando uma história, outras terminando, muuuitas coisas acontecendo e uma sintonia deliciosa que aconteceu entre nós naqueles dias inesquecíveis. De lá pra cá muitas águas rolaram. Duas casaram, uma teve bebê (a lindíssima Angelina, hoje com 8 meses), uma se separou e hoje tem um novo namorado muito querido. Mudamos da água pro vinho e ontem foi uma noite de reencontro para comemorarmos e colocarmos o papo em dia. Uma delas (a do bebê) estava desmamando a filhota (oba. ela mamou no peito por oito meses) e, depois de quase dois anos, se permitiu beber sem culpa. Peitos doídos e cheios de leite (desmamar não é assim tão fácil) e muito assunto represado. Estávamos eufóricas, felizes pelo encontro e cansadas de tanto correr e trabalhar. Lá, num lugar simplesmente delicioso que descobrimos, fomos tratadas com todo o carinho e com muitos mimos pelo garçon e pela dona. O que aconteceu? Cosmopolitan vai, Cosmopolitan vem, perdemos o controle. As quatro. Eu bebo muito pouco. Quase nada. E ultimamente tenho bebido cada vez menos. Uma taça de vinho tem sido bem suficiente para me deixar bem tontinha. Beber não me cai bem e eu acho isto um "problema" ótimo. Ninguém precisa beber pra ser feliz. Passei muitos carnavais completamente sóbria e feliz. Mas ontem, por esta conjunção astral toda, resolvemos brindar. Ao encontro, aos maridos queridos, à família, aos amigos, ao amor, ao casamento que se aproxima. Brindamos, rimos, falamos besteira e perdemos a linha. Estávamos de carro (num carro só) e, passado da meia-noite, tive um momento de lucidez e enxerguei a cena com clareza: não tínhamos condição de voltarmos pra casa, muito menos dirigindo. O que eu fiz? Prontamente liguei pro maridão (anjo, querido, machão, amado), que dormia em casa, e pedi socorro. Simples assim. Sim, a Andréa "controladora" e toda metida a poderosa, como ele costuma falar, teve a humildade (e, repito, a lucidez) de pedir ajuda. Não me perguntem como, mas em cinco minutos ele estava lá, a postos, todo preocupado (e se divertindo com a cena), com dois litros de Coca embaixo do braço e com uma estratégia montada. Segura uma daqui, paga a conta acolá, pega os casacos, bolsas e afins e, finalmente, partimos para nossas casas. O resgate teve vários percalços pelo caminho (quedas, narizes machucados, celulares e boinas perdidos) e outras coisitas mais, impublicáveis para os estômagos mais sensíveis. E o que fez Marco? Sorriu, acudiu e devolveu, uma a uma, as meninas aos seus respectivos maridos / namorados / amados. Na volta, ainda teve o sangue frio de parar o carro ao lado da torneira da nossa garagem e limpar algumas provas do crime. Passava a esponja, cantava e cuidava de mim que, "tentando ajudar", atrapalhava ainda mais a operação. Acho que ele ficou feliz por muitos motivos: porque eu me permiti "transgredir" e perder o controle e, principalmente, porque eu pedi ajuda. Ele estava se achando o super homem, "salvando" aquele bando de mulheres, todas poderosas e, naquele momento, vulneráveis e aceitando a ajuda dele. Quase um milagre, eu diria. Claro, não pretendo repetir a experiência. Não aconselho a ninguém acordar como eu acordei hoje. Mas, apesar da ressaca toda, estou bem leve e feliz. Pelas amigas queridas que eu tenho, pela "despedida de solteira" não programada e por saber que meu marido está comigo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e até na ressaca nossa de cada dia. Marco, eu te amo! Gurias. Apesar dos pesares, eu me diverti muito. Amo vocês também!