quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Eu matei a Pollyanna

Calma, foi só na minha cabeça. Ela vai bem, obrigada. Well, de onde então saiu esta frase então? Uma loooooooonga história. Vou tentar resumir sem você dormir. Eu tenho uma série de livros que marcaram minha vida. Desde muito cedo eu peguei gosto pela coisa de ler e devorava obras a fio durante as férias e nas horas vagas. Delícia isto. Afinal, hoje sou quem eu sou porque viajei em muitas histórias que formaram minha personalidade. Um deles foi o clássico "Pollyanna", livro que toda "boa moça de família" tinha na cabeceira da cama e que me ajudou a ver com bons olhos muitas coisas na vida. A Pollyana, basicamente, conseguia enxergar um lado positivo em absolutamente tudo. A vida dela era uma desgraça e ela não deixava de sorrir nunca. Legal. Uma pessoa animada. Pois bem, ontem eu cortei meus laços com a Pollyanna. Não que eu vá virar uma pessoa negativa daqui pra frente, calma. Mas consegui enxergar, numa conversa, que nem sempre as coisas têm este lado "rosa" e que, assim como a Mulher Maravilha, eu devo me despir um pouco desta influência pollyânnica para enxergar a vida com mais realismo e vibrar, definitivamente, com o que merece ser valorizado. Olhando assim, de fora, com algumas rugas no rosto e um pouco mais de vivência, vejo na Pollyanna uma menina iludida e sem noções de "a vida como ela é". Impraticável nos dias atuais. Ser positiva, enxergar o melhor das pessoas (melhor, mas real) e conseguir reverter situações difíceis me fortalece e anima. Mas eu tenho todo o direito de não enxergar luz onde ela não existe e de querer mais do que me conformar com situações nem tão bacanas assim. A Pollyanna foi como uma querida amiga imaginária de infância. Durante muitos anos ela me deu a mão e me ajudou a atravessar caminhos difíceis com seu sorriso e serenidade. Agora, como as bonecas de pano, vai para o armário e para minhas memórias. Para dar espaço para novas personagens que me inspirem e me ajudem a tecer a Andréa mais mulher que venho descobrindo.