quinta-feira, 3 de março de 2011

Meu cisne também é negro

Sexta passada eu fui "inocentemente" ao cinema com um grupo de amigos. Fomos assistir ao Cisne Negro que, não por acaso, deu o Oscar de melhor atriz à Natalie Portman. Eu já tinha sido alertada de que o filme era denso e que não deveria esperar algo leve e poético. De ballet, muito pouco, na real. Confesso que o filme me tocou mais do que eu esperava. Na verdade, tive pesadelos e passei fim de semana inteiro tentando digerir a mensagem. Um cliente meu comentou ontem que não tem "entendimento psicológico" suficiente para entender a mensagem. hehe. Falando em ter controle interno, o filme foi uma aula sobre isto. Utilizando a metáfora do cisne branco (leia-se precisão, ficar dentro da caixinha) X cisne negro (permitir-se extravasar, perder o controle, descobrir o lado escuro e agressivo), o filme desnudou a alma humana. Ouvi dizer que boa parte da crítica falou super mal da história e eu discordo, se isto realmente aconteceu (nunca leio as críticas). Achei o filme poético e intenso. Leve e extremamente agressivo. Assim, ao mesmo tempo. Como é a vida. Ninguém é branco o tempo inteiro (seria muito sem graça). Nem de todo mal. Ninguém é leve, divertido, tranquilo 24 horas por dia. E mesmo um assassino em série tem momentos de ternura, com a família, com algum amigo, uma criança, sei lá. Os meus cisnes internos ficaram realmente incomodados com tudo aquilo. E isto foi bom. Dolorido, mas bom. A Deinha "sob controle" do post anterior precisa dar vazão àquela mais livre e intensa. Somente esta outra consegue colocar pra fora sentimentos e emoções e, assim, explorar dentro de si uma pessoa mais intensa e provocante. Na verdade, estou em busca do meu cisne cinza. Dias mais brancos. Outros totalmente negros. Às vezes, um cisne rosa, romântico. Suave ou intenso, seja qual for a cor do dia, o cisne só não pode deixar de lado a beleza e a plástica da dança da vida. Sem energia vital, nenhum dos dois sobrevive dentro de nós.

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