quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Boas vindas pra quem chega à terra da garoa

Em vim para São Paulo há pouco mais de quatro anos. Cheia de expectativas e morrendo de medo do que ia encontrar por aqui. Mas vim porque quis. Decidi mudar minha vida e abracei a oportunidade de começar uma nova história pessoal e profissional por aqui. Vim sozinha começar a minha empresa na Terra da Garoa e comecei do zero. Literalmente. Malinha na mão e um monte de coisas novas pra aprender. Um lugar pra morar, uma sala comercial para alugar, papeis, corretores, alegrias e desesperos. Mais desesperos que alegrias, pra falar a verdade. Como eu não conhecia praticamente ninguém, me deixei adotar pela cidade. E fui maravilhosamente bem acolhida pelas pessoas. Começando por uma espécie de padrinho, o José Carlos, que me ajudou desde o primeiro dia e me apresentou um turbilhão de gente bacana (cheguei e fui fazer aula numa escola fora dos padrões tradicionais, para executivos). Conversa aqui, conversa ali, troca de telefones e emails e uma rede já se formou. Depois, com classe e muita cara de pau, peguei o telefone e saí em busca de novos amigos. Primeiro, liguei para os amigos gaúchos com conexões por aqui. Depois, para os amigos dos amigos, sempre com o convite para “tomar um café”. Detalhe, eu não tomo café. Mas o “tomar café” rendeu muito, mesmo quando o café era chá. Conheci mais gente nos quatro anos em São Paulo do que em todos os outros anos da minha vida (ok, ok, nem foram tantos assim :) O tal ditado de que a dor ensina a gemer fez muito sentido pra mim. Eu poderia ter vindo pra cá e ficado em casa (no flat), chorando e reclamando da vida. Mas respirei e fui pra rua. Aprendi a atravessar a rua em São Paulo, a desvendar as ruas, a mentalizar o norte e o sul do mapa mentalmente. Sofri no trânsito, com as chuvas, com a correria e meu despreparo para alguns rituais paulistanos. Mas optei por não sofrer. E tentar olhar São Paulo com outros olhos. Claro, quem conviveu comigo nos primeiros tempos sabe que não foi nem um pouco fácil. Apanhei bastante desta terrinha, mas acabei me apegando à bichinha. Até me apaixonei e me casei por aqui. Quem diria. Hoje a Helen, que trabalha comigo há muitos anos, chega em São Paulo. Vem com a mala na mão e um monte de expectativas. Chega, felizmente, com uma estrutura para recebê-la, amigos formados e um monte de projetos bacanas pra tocar. Fico imaginando a nova Helen daqui a quatro anos, mais paulistana na essência. Não menos gaúcha e interessante por isto. Torço para que ela traga também óculos bem coloridos e que tenha a coragem e a vontade de olhar tudo de bom que esta terra tem para oferecer. Seja bem-vinda!