Neste fim de semana eu vou visitar, junto com uma turma, um dos meus ex-colegas do mestrado. Ele casou com uma menina da minha geração e da minha cidade, que eu já conhecia há anos. Este mundo é mesmo pequeno. Para os amigos, ele chama-se Renatô, assim, com ô fechado no final. O apelidamos assim na França, onde passamos duas deliciosas semanas de estudo e diversão. Daí a pronúncia tão chique. Pois bem, passado mais de um ano do final do mestrado (e da libertação da dissertação), uma boa parte da turma continua unida e ativa. Nos encontramos uma vez ao mês em Porto Alegre (ao menos tentamos) e temos feito algumas viagens pelo Brasil para encontrarmos os queridos colegas. A última foi só para meninas, em Curitiba. Claro, a turma de 30 pessoas se dispersou bastante, mas temos uns bons dez gerreiros que não se entregam. Hoje a Lia e o Du estão em São Paulo, na minha casa. Daqui a pouco chega a Cris. E amanhã pegamos a estrada todos juntos.
Todos eles (e mais alguns queridos) foram achados deliciosos pós-30. Digo, criaturas que eu conheci depois dos 30 anos e que posso considerar amigos de verdade. Eles participaram e continuam participando da minha vida. Saímos, nos telefonamos, mandamos recados, trocamos experiências boas e ruins.
O Renatô, este que vai nos receber em casa amanhã, no dia do casamento, completamente "animado" reuniu o grupo de ex-colegas na recepção. Fez um círculo com os amigos e, abraçado a todos eles, contou emocionado que nós o surpreendemos. E que ele nunca poderia imaginar que conquistaria novos amigos assim, "tão tarde". Não foi bem assim que ele falou, claro, mas este foi o sentido. Ele estava realmente emocionado ao olhar ao redor e ver pessoas tão próximas e tão novas na sua vida. Na verdade, ele meio que tentou expressar um sentimento que é meio comum nas nossas vidas. Parece que amigo de verdade é aquele que correu com a gente na rua na infância. O colega de colégio, o vizinho de porta. E não é só isto. Eu mesma tenho uma amiga (amigoooona) que tem mais de 20 anos de diferença de idade comigo. Eu a conheci com 17 anos, chegando em Porto Alegre, num curso de informática. Hoje, 17 anos depois, eu ainda a visito sempre que vou pro RS. Ela é quase uma irmã mais velha. Na minha vinda pra São Paulo, outras gratas surpresas. E nem por isto eu deixei de lado as antigas amizades. Algumas sim. Por total falta de afinidades. Acontece. Coisas da vida.
O bacana disto tudo é conseguir ver, através de histórias como esta do Renatô, que nunca é tarde para um monte de coisas. Pra estudar (a mãe de uma amiga minha, quase se aposentando do trabalho, terminou o segundo grau e está fazendo faculdade / o Marculino, um pedreiro gente boa que trabalha pra mim em São Paulo, voltou pro colégio há pouco. Mal sabia ler e escrever), para conhecer gente legal, para se apaixonar, viajar, casar, pra recomeçar. Existe vida depois dos 30, dos 30, dos 80 Só precisa ter vida interior e vontade. Alguns chamam de energia vital. Eu chamo de "estar vivo". Vivo de verdade, entende? Bom fim de semana!
* foto de brinquedo escandinavo - www.playsam.com (lindos!)
Adorei!! Só peço para alterar meu status de ex-colega para amigo!!!
ResponderExcluirbjocas
renatô
Ok, Ok. Renatô. Onde está escrito "ex-colega", leia-se amigo :) beijos em ti e na Gabi!
ResponderExcluirTambém não esqueci daquele nomento no casamento do Renatô. Foi muito emocionante, principalmente por ter acontecido em um dia tão importante. Fiquei orgulhosa de fazer parte daquele círculo!
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