sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desequilibre-se

Eu passei boa parte dos últimos anos tentando encontrar o equilíbrio na minha vidinha. Entre o trabalho, a família, vida amorosa, realizações, esporte, saúde. Pois bem. Eis que surgiu, na maior cara dura, uma pessoinha esta semana que, durante um almoço, me apresentou um outro lado possível para esta moeda. Ele é Físico de formação e lida com gente porque gosta. Trabalhou com isto durante toda sua vida corporativa, no Brasil e fora dele. E teve a ousadia de defender, em um texto recente, a importância de nos desequilibrarmos de vez em quando. Hein? Aham. Foi o que ele disse. Pior, pode ter razão. Ele argumentou com alguns exemplos  da natureza a importância dos desequilíbrios para a construção de histórias mais sólidas e inovadores. Não fosse o desequilíbrio, não haveriam os inventos. Se nossas vidas fossem totalmente equilibradas, viveríamos num marasmo bem sem graça. Eu me dei conta, com a história toda, do quanto eu busco o desequilíbrio na minha vida. Saio direto da minha zona de conforto e, muitas vezes, até exagero um pouco na dose. Aí eu busco refúgio em mim mesma, lambo as feridas e volto pra "lida". Mas as verdadeiras mudanças na minha história são frutos de grandes revoluções e estiveram ligadas à minha saída da rota. A Andréa previsível e certinha demais deu lugar a uma pessoa mais livre e que se permite experimentar e errar. Bom nisto é que quando ela acerta, tem feito de um jeito bem legal e surpreendente. Recentemente, vivi uma história de amor assim "bem desequilibrada". Na verdade, um pouco fora dos padrões ditos normais. Mas, o que é normal? Me permiti ficar na corda bamba, rodopiar e questionar a minha escolha. Mas tive coragem para me ouvir e persistir e encontrei do outro lado da corda os aplausos daqueles que me assistiam aflitos. Não estou fazendo nenhuma apologia ao caos e às drogas. Nada disto. Só resolvi passar e contar que se alguém tão "previsível" quanto eu conseguiu se desequilibrar - e gostar do que viu, você, caro amigo, como um cidadão absolutamente normal, tem tudo na mão pra se permitir também. Se der certo, beleza. Se não der, pelo menos valeu pelos friozinhos na barriga.

Um comentário:

  1. Que colocação espetacular! Andar na corda bamba não é fácil, mas às vezes faz parte da vida... bjssssssssssss.

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