quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Correndo atrás do rabo

O meu dia hoje (ontem? ok, quarta) foi bem atípico. Pela primeira vez em muitos anos eu não fui a responsável pelo encontro de fim de ano da equipe. Deleguei absolutamente tudo a uma comissão interna, que tinham como objetivo construir do seu jeito o nosso ritual. Diria mais. Não é fácil me surpreender e eles sabem bem disto. Já fizemos de um tudo, com muita interação e adrenalina. Mesmo assim, eles me pegaram.  Foi em Porto Alegre. Sabendo do ritmo "anormal" que estamos vivendo neste fim de ano (fim de ano?), eles usaram outra fórmula, muito simples e bem tranquila. Nos "raptaram" num barco pelo Guaíba e nos levaram para um lugar lindo e sereno às margens do lago. Lá passamos um dia totalmente "zen". E fizeram mais. Convidaram um indiano, mestre em yoga, que passou a manhã inteira conosco, praticando, conversando, nos ajudando a ficarmos mais leves. Mais bacana ainda foram as paradas que, habilmente, o indiano, ou Dada, nos propiciou. Contou "causos", fez rituais e mostrou, metaforicamente, o quanto corremos sem saber para onde estamos indo. Segundo ele, na Índia, os veados produzem um perfume através de uma glândula que fica no cento do peito (cientificamente falando não deve ser bem isto, mas o que vale é a moral da história). Eles sentem o tal perfume e correm desesperadamente para "encontrá-lo". Só que o perfume está neles. Faz parte deles. E eles não veem. Quantas vezes não corremos "atrás dos nossos próprios rabos", dando círculos, batendo cabeça ou exercitando qualquer que seja a expressão cujo resultado é o mesmo: cansaço e sensação de fracasso? Hoje, durante nosso "percurso" com o Dada, ele nos fez parar e pensar sobre o ano que passou. Alguém já conseguiu fazer isto? Como ajeitar as meias no roupeiro, organizar as ideias ajuda a abrir caminho para o novo. Eu, que não tinha parado ainda, me peguei descobrindo o quão intenso foi 2010 na minha vida. Vivi altos e baixos de verdade, amei, sofri, viajei, conheci pessoas, assumi uma nova vida em uma nova cidade. Em resumo, em 2010, eu me permiti viver. Pro ano que vem, eu quero continuar com esta mesma coragem e intensidade. Quero ter aprendido com os erros, mas não quero cascas nem gosto amargo na boca. Quero ter consciência, paz de espírito e sabedoria para falar e calar nas horas certas. Resumindo, quero ser eu mesma, mas bastante desta "eu" que eu descobri há pouco e gostei. Se possível, quero fechar o ano que vem surpreendendo a mim mesma, mais uma vez.

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