quinta-feira, 6 de junho de 2013
Não tá fácil!
Sabe quando você chega em um lugar que
não conhece ninguém e precisa puxar um assunto para criar um link e
uma conversa? Pois bem, geralmente acabamos falando sobre o tempo.
“Tá frio.” “Nossa, quanta chuva!”. No elevador sempre
acontece. Em São Paulo, vale falar do trânsito: “Peguei um
engarrafamento sem fim para chegar aqui!” “Nossa, eu também!”.
Mas se tiver um pouco mais de tempo e quiser um tema que não tem
erro nunca, queixe-se da vida. Isto mesmo, resmungue, reclame e, em
poucos segundos, terá encontrado eco no outro. “Não tá fácil”
pode ser um bom começo. “Na luta”, “Estou destruído hoje”
ou “Não aguento mais meu emprego” também são infalíveis.
Parece que existe um imã nos seres humanos quando este tipo de
assunto aparece. Uma comoção coletiva e uma sutil competição de
quem é mais coitado na história. Se você não se queixar um pouco,
meu amigo, sequer será respeitado. A última edição da Vida
Simples falou sobre a grama verde do vizinho e sugeriu que as nossas
também podem ser verdes. Eu entendo que não trata-se de enxergar o
mundo cor de rosa, mas optar por aquilo que é bom e isolar o que não
faz sentido para parar de sofrer. Ou até aprender com a desgraça
que chega para nos alertar. Quem não conhece alguém que renasceu
melhor depois de uma doença grave? Os tais reforços positivos fazem
sentido pra mim. Eu acredito muito que quando estamos com uma nuvem
negra sob nossas cabeças, a tempestade vem e, com ela, um monte de
coisas desordenadas e estabanadas. Que quem tem muito medo de bicho
papão acaba encontrando-o embaixo da cama. Ainda que todos nós tenhamos problemas, a opção de sermos vítimas ou protagonistas é nossa. De
mais ninguém. Dentro daquela linha “tô meio cansada de gente
assim”, ando meio revoltada com as choramingações alheias. Mas,
sociável que sou, confesso que, pra não ficar chato, até dou uma
grunidinha vez ou outra. Senão o papo nem começa. “Dia cinza
este, não?”
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