sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Vamos tomar um café?

Na minha vida, nos últimos tempos, quando eu quero falar pra alguém que eu estou com saudades e que adoraria reencontrar, eu uso a frase: "vamos tomar um café?" É meio que prima do "aparece lá em casa", só que faz mais sentido porque é um convite de verdade. Mesmo eu tomando muito pouco café na prática (já sou meio elétrica e o café me deixa excessivamente ligada), eu simplesmente adoro a ideia / o ritual de ir de verdade a um café gostoso pra jogar conversa fora ou até para fazer reunião. Adoro também o cheirinho do café recém passado ou saído da máquina, as xícaras e  aconchego que estes ambientes geralmente têm. Em São Paulo, tem cafés para todos os gostos, em todos os lugares. Locais bem cuidados, simpáticos e cheios de gente bonita que fazem quase tudo, menos preocuparem-se necessariamente com o tal café. Eu fiquei com esta pulga atrás da orelha porque estive numa reunião com um cliente ligado ao café ontem e falávamos sobre as histórias que estão por trás do grão. Desde a da família do cafeicultor, no interior de Mina, por exemplo, ou onde for, passando pela cadeia toda, até chegar a baristas apaixonados e criativos e coffee lovers no sentido literal. O tal ritual não para de se ampliar e hoje em dia tem até creme para a pele a base de café. Mais ou menos trilhando o caminho do vinho e, mais recentemente, dos chás, o café tem tornado-se cada vez mais sofisticado e mágico na vida das pessoas. Ter uma máquina daquelas bonitonas em casa não é mais nenhum luxo e cria, ao final de um jantar,  um delicioso momento de compartilhar / comentar gostos pessoais e alguns minutos de paz para jogar conversa fora. Eu já comentei a minha simpatia pelos rituais. Acho que eles reforçam os laços entre as pessoas e os momentos "high touch" em um mundo tão high tech. Não abro mão de abrir minha agenda para encontrar pessoalmente amigos (apesar das dificuldades logísticas da cidade grande) e tenho, cada vez mais, agendado cafés e almoços de negócios. Num primeiro momento, parecem inúteis. "Desperdício total de tempo", diria a Andréa durona e mão na massa. Mas, olhando assim com carinho pra eles, dá pra ver que boa parte dos contratos / acordos que fechei nos últimos tempos tiveram como co-participantes uma cafeteria e uma xícara de café fumegante pra dividir o assunto. Então tá,  "vamos tomar um café?"

* este texto eu fiz mega inspirada no Daniel, Eduardo, João e na Cla. Eles sabem exatamente quem são e vão entender. Foi uma forma, sutil, de compartilhar com eles o quanto eu curti e saí empolgada da reunião de ontem. Que venham outros encontros e novas ideias, como as que surgirão na nossa reunião. Todas, claro, regadas ao mágico líquido negro :)

Um comentário:

  1. Oi guria! Nessa linha, ou não, como diria aquele baiano genial, tomei uma atitude retrô uns tempos atrás. A cafeteira elétrica lá de casa teve um encontrão com uma amiga que costuma usar a cozinha para fazer sobremesas ótimas e o vidro espatifou-se. Temos uma máquina de café expresso, mas não é prático para o café da manhã, então comprei uma cafeteira italiana como quebra-galho. Resultado: doei a cafeteira elétrica (com uma nova jarra, claro) e adotei de vez o ritual mais lento de preparo do café... teve mais efeito na rotina do que a diferença de sabor! Beijão e, aliás... quanto pintar em porto, bem podemos tomar um café, não!? risos

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