quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Anjos não têm asas


Hoje eu vou fazer na minha casa um ritual bem simples que simboliza que estou recebendo por alguns dias uns anjos que vêm para cuidar da gente e trazer coisas boas pro nosso lar. Depois, eles descansam uns dias e seguem a jornada, em outras casas. Mais ou menos como aquele ritual católico (quem é do interior sabe do que eu estou falando) que um santo da Igreja circula pelas casas, passa uns dias e segue sua missão. O ritual, super simbólico, tem um monte de coisas boas por trás. O principal dele é a minha certeza de que os anjos existem. Melhor, nem todos têm asas. Mesmo assim, são lindos e fazem um bem enorme. Tenho conhecido nos últimos tempos muuuuitos deles. Brancos, pretos, amarelos, velhinhos, jovens, lindos, feinhos, simpáticos, sorridentes. Vêm de todas as partes e muitas vezes não têm vínculo nenhum oficial comigo. Eles aparecem nas ruas, do nada, e, como não têm asas para sinalizar seus "status" passam no olhar suas identidades secretas. Viver em São Paulo, uma cidade tão intensa e corrida parece não combinar com este tipo de habitante. Mas eu posso afirmar: eles existem aos montes, por aqui e em tudo que é canto. Felizmente, eu tenho um bom olho para identificá-los e consigo, ao final de cada dia, contabilizar alguns dos que passaram pela minha vida e a tornaram mais leve e mais gostosa. Os oficiais e os mais tímidos, que deixaram sua pitada de bem e nem pediram crédito. Eu andei conversando ultimamente com um monte de gente sobre a tal teoria do que aconteceria com a Humanidade em 2012. São muitas as especulações e poucos os fatos. Mas alguns bons depoimentos se repetem no que diz respeito a buscarmos, principalmente neste período (pré-2012) pessoas "do bem", que estão dispostas a fazer um pouquinho mais, sem esperar nada em troca. Segundo as tais teorias, nos aproximarmos destes campos energéticos num momento tão significativo vai limpar as nossas energias e nos tornar pessoas mais sensíveis para sentirmos de fato o que vem por aí em termos de ensinamentos e experiência de vida. O meu anjo, pra quem ainda não conhece, é um fofo. Super disposto e muito atento. É também super sociável. Tomara que ele continue encontrando pelo caminho companheiros de jornada tão maravilhosos e cheios de luz. Em São Paulo, em Cachoeira ou no Butão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Descanso da guerreira


Eu nunca tive aula com a Vera Gerson. Mas tive o privilégio de ter convivido / continuar convivendo com uma turma de gente boa que ela ajudou a formar e a virar adulto na vida. A Vera sempre foi uma referência na Fabico, uma faculdade que, muitas vezes por falta de recursos financeiros, se obrigava a ensinar a pensar. Claro, nem todos os professores tinham esta percepção. Mas a Vera foi mestre nisto. Posso contar assim, rapidinho, pelo menos umas dez pessoas maravilhosas que a Vera ajudou a fazer crescer. Ela ensinou os alunos a virarem gente, a planejarem empresas e as suas vidas pessoais. Desde que eu a conheci, por intermédio da Januza, sua fiel escudeira, passei a admirá-la, sempre cheia de problemas na vida e sempre, sempre mesmo, sorridente. Ela não se queixava da vida, não se enxergava como vítima. Alegre, vibrante, forte, fazia de conta que a tal doença não estava rondando. E foram anos nesta luta. Ontem eu estava conversando com o Bodan, que trabalha comigo, um serzinho com um entendimento todo especial sobre as coisas da vida. E ele comentava do medo que dá de colocar um filho no mundo no meio de tanta coisa estranha que temos visto por aí. Mas ele resolveu olhar esta história por outro lado e se deu conta que colocar uma pessoa bacana no mundo, ensiná-la a amar e a cuidar dos outros, pode ser um belo gesto. E que valeria a pena tentar. A Vera foi uma destas pessoas, que alguém teve coragem de colocar no mundo e que fez toda a diferença por onde passou. Ela me indicou simplesmente os melhores profissionais de RP que já trabalharam comigo (muitos, felizmente, continuam na minha equipe). Sempre tinha um “filhotinho” pra me passar, toda faceira e certa de que eles iriam longe. Por isto, fez muito mais do que precisaria e agora pode descansar em paz porque sabe que deixou na Terra um monte de bons frutos que vingaram e que nunca vão esquecer do seu exemplo. A Vera foi uma daquelas pessoas que levou a sério a máxima de que “a vida é muito curta pra ser pequena”.

A vida é muito curta pra ser pequena.” Benjamim Disraeli